Governo cria programa de reavaliação de benefícios para reduzir fila no INSS

O governo federal publicou nesta quarta-feira (16) uma medida provisória (MP) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) em que institui o “Programa de Gerenciamento de Benefícios” dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O objetivo do programa é reavaliar e revisar benefícios previdenciários e assistenciais. A medida busca reduzir a fila de atendimento no INSS.

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Segundo o governo, o programa ainda necessita de regulamentação, que será feita por meio de portaria interministerial do Ministério da Gestão e do Ministério da Previdência Social.

Remuneração extraordinária
De acordo com o Ministério da Previdência Social, o programa, que terá duração de um ano (prorrogável uma vez, desde que não ultrapasse 31 de dezembro de 2026), contempla o pagamento de uma remuneração extraordinária aos servidores.

O valor será de:

  • R$: 68 por processo concluído;
  • R$ 75 por perícia, ou análise documental, terminada.

“Servidores em greve ou com compensação de horas não terão direito aos pagamentos, o que pode gerar conflitos laborais”, informou o Ministério da Previdência Social.

Os pagamentos, entretanto, estão sujeitos à autorização orçamentária anual, o que pode, segundo o Ministério da Previdência, “limitar sua efetividade”.

“Não serão pagos em casos de horas extras, adicionais noturnos ou compensação por greve”, acrescentou o governo.

Serão priorizados processos com prazos expirados (judiciais ou acima de 45 dias), avaliações sociais do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e serviços médico-periciais em unidades com deficiência de atendimento.

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Fila do INSS e de benefícios sociais

No começo deste mês, dados do governo, relativos a dezembro de 2024, apontaram que mais dois milhões de requerimentos por benefícios sociais e da Previdência estavam aguardando análise.

Segundo o governo, o aumento na fila ocorreu principalmente por conta de três fatores: a greve de servidores no segundo semestre de 2024, a falta de documentação e pedidos refeitos depois de negados.

Em julho de 2023, o governo criou um programa para cumprir a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acabar com a fila de espera dos pedidos de benefícios do INSS.

A medida provisória permitia deslocar funcionários para unidades com maior carência no atendimento e autorizava o governo a pagar bônus de produtividade aos servidores e médicos peritos.

Segundo o INSS, nos primeiros oito meses do programa, a fila de espera por benefícios caiu de 1,8 milhão pedidos para pouco mais de 1,3 milhão.

A fila voltou a aumentar a partir de julho de 2024. Em novembro de 2024, último mês com dados disponíveis, chegou a quase 2 milhões de pessoas.